O tapete persa (em pahlavi bōb[1] em persa farš فرش,
significando "estender" e qāli)[2] é uma parte essencial da arte e cultura persas. A tecelagem de tapetes é indubitavelmente uma das
manifestações mais características da cultura e arte persas e remonta à antiga Pérsia.
O luxo, a que se associam os tapetes persas, forma um surpreendente
contraste com sua modesta origem entre as tribos
nômades da Pérsia.
O tapete era um bem necessário para proteger-se do inverno rigoroso. Posteriormente, converteu-se
em um meio de expressão artística pela liberdade que possibilita principalmente
a escolha de cores vivas e dos motivos empregados. Os segredos da tecelagem têm passado de geração em geração. Os artesãos utilizavam os insetos,
as plantas,
as raízes, as cascas e outros ingredientes como fonte de
inspiração.
A partir do século XVI,
a tecelagem de tapetes se desenvolveu até converter-se em arte.
Os tapetes persas podem ser divididos em três
grupos: Farsh / 'Qālii' (para
medida superior a 1,80x1,20 metro), Qālicheh (para
medida igual ou menor a 1,80x1,20 metro), e tapetes nômades conhecidos por Kilim, (incluindo o Zilu,
significando tapete tôsco).
A arte de tecer tapetes existe no Irã desde os tempos antigos, de acordo com
as evidências e, na opinião de cientistas. Um exemplo de tais evidências é o
tapete Pazyryk de 2.500 anos produzido no período Aquemênida,
por volta de 500 a.C..
As primeiras provas documentais sobre a existência de tapetes persas
vieram através de textos chineses que remontam ao período Sassânida.
Esta arte sofreu várias mudanças em diferentes períodos da história iraniana na medida em que ela passou pela era islâmica indo
até a invasão mongol do Irã. Após a invasão, a arte
começou a crescer novamente durante o reinado das dinastias
mongóis dos Timúridas e dos Ilcanidas.
Com o passar dos anos, os materiais utilizados na confecção dos tapetes,
como a lã, a seda e o algodão,
se decompõem. Devido a isso, os arqueólogos raramente conseguem descobrir algum
vestígio útil deles nas escavações arqueológicas. O que permaneceu dos tempos
antigos como evidência da tecelagem de tapetes não vai além de alguns pedaços
desgastados. Esses fragmentos não ajudam muito no reconhecimento das
características de tecelagem de tapetes anteriores ao período seljúcida (séculos XIII e XIV)
na Pérsia.
Quanto aos tamanhos;
·
Ghali (literalmente
"tapete"): designa os tapetes de grandes dimensões, de mais de
190x280 centímetros.
·
Dozar ou Sedjadeh: empregados
indiferentemente. O nome procede de do, "dois" e zar,
uma medida persa correspondente a aproximadamente 105 centímetros. Estes
tapetes medem uns 130–140 cm de comprimento por 200–210 cm de
largura.
·
Ghalitcheh:
Tapete do mesmo tamanho que os precedentes, mas de melhor qualidade.
·
Kelleghi ou Kelley: tapete de formato alongado
que mede cerca de 150-200x300-600 cm. Este tapete localiza-se
tradicionalmente na cabeça (kalleh significa "cabela" em persa) de um tapete (ghali).
·
Kenareh:
formato também alongado, porém de tamanho menor; 80–120 cm x
250–600 cm. Tradicionalmente é colocado ao lado (kenār significa
"lado" em persa) de um tapete maior.
·
Zaronim:
corresponde a um zar e meio. Ou seja, estes tapetes medem uns
150 cm de largura.
A diferença entre o
tapete turco (ou da Anatólia) e o persa é
apenas uma questão de técnica de tecelagem e da tradição no emprego dos motivos
decorativos.
Tipicamente, um
tradicional tapete persa é amarrado com um único nó assimétrico (nó persa ou senneh),
enquanto que o tradicional tapete turco é amarrado com um nó duplo simétrico
(nó turco ou ghiordes). Isto significa que para cada 'carreira
vertical' de fio em um tapete, o turco tem duas voltas em oposição a uma volta
dos vários tapetes persas que utilizam o nó 'único' persa. Finalmente, o
processo de 'nó simétrico' usado no tapete tradicional turco dá a impressão de
que a imagem é construída por módulos em comparação com o tapete persa
tradicional de nó simples cujo desenho é muito mais delicado. O estilo
tradicional turco reduz também o número de nós por metro quadrado. Estes
fatores contribuem para criar a antiga e internacional reputação da qualidade
dos tapetes persas.
Hoje, é comum ver
tecelagens de tapetes, tanto na Turquia quanto no Irã, usarem qualquer um dos dois estilos de nó. Quando
se comparam os tapetes, a única maneira de definitivamente identificar o tipo
de nó usado é dobrar o tapete horizontalmente e olhar a base do nó.
Como se trata de uma
obra de arquitetura, o tapete é confeccionado a partir
de um plano (chamado 'cartão'), que mostra a composição, a disposição da
decoração e a dos motivos. Um mestre (em persa: ostad),
não obrigatoriamente um tecelão, mas sim, quase um pintor,
desenha o cartão. O esquema de um tapete reproduz muitas vezes o de uma
encadernação de manuscrito; ambas as artes estão intimamente ligadas já que
seus desenhistas são muitas vezes os mesmos pintores.
Distinguem-se dois
tipos: esquemas orientados e não orientados.