Às vezes é difícil estabelecer o começo, o instante em que o
vento mudou de direção.
Mas o design moderno tem certidão de nascimento, com data e
local: Weimar, Alemanha, em 21 de março de 1919. Foi quando o arquiteto Walter
Gropius assumiu a direção das duas escolas de arte da cidade alemã, unificando –
as sob o nome de Bauhaus - em tradução livre, “casa para construir”. Surgia o
design para todos, radicalmente oposto à arte de salão clássica.
Com o intuito de estimular o questionamento na arquitetura e
do design, ambos à mercê dos caprichos da
industria.
Desenho racional, paleta de cores que prioriza o azul, o
vermelho e o amarelo, o geométrico e o assimétrico substituindo o ornamento.
“Na época em que a escola foi fundada, a produção em massa desprezava qualquer
preocupação com a funcionalidade”, lembra o arquiteto Aurelio Martinez Flores.
A Bauhaus chegou com outro conceito: o mais importante é a habilidade técnica.
Assim, as criações nada teriam além do absolutamente funcional, decretando o
fim dos enfeites desnecessários”.
No mobiliário isso se materializa nas linhas puras da
cadeira Wassily, de 1925: o desenho está a serviço do conforto, o aspecto do
móvel é de leveza, a Wassily em nada remete ao rebuscamento do fim do século
19, por exemplo.
Ironicamente, pouco da Bauhaus foi produzido pela industria
da época e boa parte do mobiliário só se popularizou nos anos 50, quando
empresas como a norte americana Knoll editaram peças dos designers que são
símbolo da escola até hoje”. Destaca Annemarie Jaeggi, diretora da Bauhaus
Archiv, em Berlim.
A Bauhaus influenciou o jeito de fazer ao redor do mundo e
no Brasil o maior divulgador desse ideário foi Le Corbusier, que influenciou a
escola capitaneada por Oscar Niemayer.
O mobiliário Bauhaus é ousado e moderno; se
encaixa em qualquer decoração bem planejada. Peças de mobiliário que são obras
de arte e tem se valor moral e material eternizados.