David Justi

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sábado, 4 de fevereiro de 2017

“Tapete Persa, meio de expressão artística”

O tapete persa (em pahlavi bōb[1] em persa farš فرش, significando "estender" e qāli)[2] é uma parte essencial da arte e cultura persas. A tecelagem de tapetes é indubitavelmente uma das manifestações mais características da cultura e arte persas e remonta à antiga Pérsia.

O luxo, a que se associam os tapetes persas, forma um surpreendente contraste com sua modesta origem entre as tribos nômades da Pérsia. O tapete era um bem necessário para proteger-se do inverno rigoroso. Posteriormente, converteu-se em um meio de expressão artística pela liberdade que possibilita principalmente a escolha de cores vivas e dos motivos empregados. Os segredos da tecelagem têm passado de geração em geração. Os artesãos utilizavam os insetos, as plantas, as raízes, as cascas e outros ingredientes como fonte de inspiração.


A partir do século XVI, a tecelagem de tapetes se desenvolveu até converter-se em arte.
Os tapetes persas podem ser divididos em três grupos: Farsh / 'Qālii' (para medida superior a 1,80x1,20 metro), Qālicheh (para medida igual ou menor a 1,80x1,20 metro), e tapetes nômades conhecidos por Kilim, (incluindo o Zilu, significando tapete tôsco).
 A arte de tecer tapetes existe no Irã desde os tempos antigos, de acordo com as evidências e, na opinião de cientistas. Um exemplo de tais evidências é o tapete Pazyryk de 2.500 anos produzido no período Aquemênida, por volta de 500 a.C..


As primeiras provas documentais sobre a existência de tapetes persas vieram através de textos chineses que remontam ao período Sassânida.
Esta arte sofreu várias mudanças em diferentes períodos da história iraniana na medida em que ela passou pela era islâmica indo até a invasão mongol do Irã. Após a invasão, a arte começou a crescer novamente durante o reinado das dinastias mongóis dos Timúridas e dos Ilcanidas.
Com o passar dos anos, os materiais utilizados na confecção dos tapetes, como a , a seda e o algodão, se decompõem. Devido a isso, os arqueólogos raramente conseguem descobrir algum vestígio útil deles nas escavações arqueológicas. O que permaneceu dos tempos antigos como evidência da tecelagem de tapetes não vai além de alguns pedaços desgastados. Esses fragmentos não ajudam muito no reconhecimento das características de tecelagem de tapetes anteriores ao período seljúcida (séculos XIII e XIV) na Pérsia.


Quanto aos tamanhos;
·         Ghali (literalmente "tapete"): designa os tapetes de grandes dimensões, de mais de 190x280 centímetros.
·         Dozar ou Sedjadeh: empregados indiferentemente. O nome procede de do, "dois" e zar, uma medida persa correspondente a aproximadamente 105 centímetros. Estes tapetes medem uns 130–140 cm de comprimento por 200–210 cm de largura.
·         Ghalitcheh: Tapete do mesmo tamanho que os precedentes, mas de melhor qualidade.
·         Kelleghi ou Kelley: tapete de formato alongado que mede cerca de 150-200x300-600 cm. Este tapete localiza-se tradicionalmente na cabeça (kalleh significa "cabela" em persa) de um tapete (ghali).
·         Kenareh: formato também alongado, porém de tamanho menor; 80–120 cm x 250–600 cm. Tradicionalmente é colocado ao lado (kenār significa "lado" em persa) de um tapete maior.
·         Zaronim: corresponde a um zar e meio. Ou seja, estes tapetes medem uns 150 cm de largura.


Qual a  diferença entre o tapete turco e o persa?
A diferença entre o tapete turco (ou da Anatólia) e o persa é apenas uma questão de técnica de tecelagem e da tradição no emprego dos motivos decorativos.
Tipicamente, um tradicional tapete persa é amarrado com um único nó assimétrico (nó persa ou senneh), enquanto que o tradicional tapete turco é amarrado com um nó duplo simétrico (nó turco ou ghiordes). Isto significa que para cada 'carreira vertical' de fio em um tapete, o turco tem duas voltas em oposição a uma volta dos vários tapetes persas que utilizam o nó 'único' persa. Finalmente, o processo de 'nó simétrico' usado no tapete tradicional turco dá a impressão de que a imagem é construída por módulos em comparação com o tapete persa tradicional de nó simples cujo desenho é muito mais delicado. O estilo tradicional turco reduz também o número de nós por metro quadrado. Estes fatores contribuem para criar a antiga e internacional reputação da qualidade dos tapetes persas.
Hoje, é comum ver tecelagens de tapetes, tanto na Turquia quanto no Irã, usarem qualquer um dos dois estilos de nó. Quando se comparam os tapetes, a única maneira de definitivamente identificar o tipo de nó usado é dobrar o tapete horizontalmente e olhar a base do nó.
Como se trata de uma obra de arquitetura, o tapete é confeccionado a partir de um plano (chamado 'cartão'), que mostra a composição, a disposição da decoração e a dos motivos. Um mestre (em persaostad), não obrigatoriamente um tecelão, mas sim, quase um pintor, desenha o cartão. O esquema de um tapete reproduz muitas vezes o de uma encadernação de manuscrito; ambas as artes estão intimamente ligadas já que seus desenhistas são muitas vezes os mesmos pintores.
Distinguem-se dois tipos: esquemas orientados e não orientados.